O Município
Piracuruca
O município de Piracuruca encontra-se na Região Nordeste do Brasil. Sua história, sua nascença ainda é pouco pesquisada, repleta de mitos e lendas. Não se sabe a data da criação da Freguesia de Nossa Senhora do Monte do Carmo de Piracuruca. Mas, de acordo com o historiador padre Cláudio Melo em seu livro "Fé e Civilização", provavelmente aconteceu em 1722 ou em 1723, em razão do desmembramento da Freguesia do Surubim (Campo Maior). É provável que o primeiro sacerdote católico tenha sido o padre João da Costa Pereira, sesmeiro e desbravador do século XVII. Sabe-se que, em 1732, o padre José Lopes Pereira iniciou suas atividades, interrompendo-as em 1742, quando foi transferido para a recém-criada Freguesia do Desterro do Piauí. Segundo o padre Cláudio Melo, o vigário José Lopes Pereira ainda retornou em dois períodos: de 1763 a 1767; e o último, de 1772 a 1780. Durante seu exercício, foi auxiliado por frades carmelitas e outros missionários.
A ocupação da área de sua jurisdição (Brejo, Maranhão; Parnaíba; Buriti dos Lopes; Bom Princípio do Piauí; Batalha; Pedro II; Domingos Mourão; Milton Brandão;Lagoa de São Francisco; Piracuruca; Cocal; Cocal dos Alves; São José do Divino; Brasileira; São João da Fronteira) está relacionada com o fim do período holandês no Recife, em 1654, decorrendo na migração dos tabajaras, liderados pela família Camarão, para a serra da Ibiapaba; o povoamento de cristãos-novos,judeus convertidos, e demais degredados (ciganos, inclusive) por determinação da Coroa portuguesa, oriundos de Portugal e dos Açores; a construção das estradas de ligação entre o Maranhão e o Ceará; a revolta de Beckman, irmãos cristãos-novos, donos de engenho no Maranhão; o aldeamento dos jesuítas em Viçosa do Ceará, na serra da Ibiapaba; a atuação de bandeirantes paulistas (capitão-mor, mestre do campo da conquista do Piauí, Francisco Dias de Siqueira, conhecido como "O Surdo" ou "O Apuçá", auxiliado por João Pires de Brito; capitão-mor João Amaro Maciel Parente), baianos (capitão-mor Bernardo de Carvalho e Aguiar, Coronel Pedro Barbosa Leal); e maranhenses (Capitão-mor do Maranhão Vital Maciel Parente) e pernambucanos (capitão-mor Antônio da Cunha Souto Maior, mestre da conquista do Piauí e do Maranhão); a ação evangelizadora de missionários de várias ordens religiosas: mercedários, carmelitas e jesuítas, por exemplo.
A data do início da construção da Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo é ignorada. A história corrente na região diz que ela está associada aos irmãos Manuel Dantas Correia e José Dantas Correia. Porém, desconhece-se se os dois tinham alguma ligação com os carmelitas e mercedários que atuavam no norte do Piauí. Uma de suas primeiras imagens, Nossa Senhora do Monte Serrat, fora trazida da Ermida de Nossa Senhora do Monte Serrat, construída em 1711 pelo Coronel Pedro Barbosa Leal na Vila Velha da Parnaíba, em razão do aumento dos ataques dos tremembés à região, no começo do segundo decênio do século XVIII.
A freguesia de Nossa Senhora do Monte do Carmo tornou-se vila de Nossa Senhora do Carmo da Piracuruca através de Decreto Regencial em 6 de julho de 1832, e foi emancipada politicamente, elevando-se à categoria de cidade pelo Decreto Estadual nº 1, de 28 de dezembro de 1889.
Piracuruca é um nome tupi que significa "peixe que ronca". A cidade foi fundada a partir de antiguíssima fazenda de gado, situada às margens do rio do mesmo nome, na rota da passagem de colonizadores que, do Ceará, adentravam pela terra dos índios tocarijus rumo ao Maranhão.
A cidade guarda, até hoje, a aparência da arquitetura do tempo colonial e destaca-se pela hospitalidade do seu povo. A economia baseia-se na pecuária e no extrativismo da carnaubeira, palmeira nativa que produz resinas vegetais de larga aplicação na indústria.